domingo, 16 de janeiro de 2011

the first kiss!

Eu andava despreocupada com os pés descalços na areia da praia quando ouvi passos atrás de mim. De início eu me assustei, mas quando olhei para trás ele me deu um meio sorriso, como um pedido de desculpas. Eu continuei andando, observando as ondas quebrarem no mar, como se ele não estivesse ali. Eu não queria ignorá-lo, eu queria ficar sozinha. Ele sabia disso, mas não desistiria de chamar a minha atenção. Embora ele tenha apressado o passo, eu continuei andando no mesmo ritmo. Quando percebi, ele estava ao meu lado, segurando minha mão e, pelo canto do olho, pude ver que sua expressão era preocupada, como se estivesse pensando no que ia dizer. Eu não me importava com quaisquer que fossem as palavras dele, eu sabia que eu não seria forte o bastante para me fazer de difícil. Eu esperei que ele falasse. Ele fitava a areia da praia e acompanhava meus passos quando decidiu falar.
- Você me odeia? - disse ele, ainda sem encontrar meus olhos.
Eu não o odiava. Eu odiava a forma como ele era importante para mim, a forma como não conseguia viver sem ele. Ele esperou pela minha resposta sem demonstrar impaciência. Eu hesitei, diminuindo os passos, até parar. Quando encontrei seus olhos, estavam confusos. Eu não sabia ao certo o que dizer, mas quando respondi, as palavras saíram mais rápido do que deveriam.
- Eu odeio o jeito como seu cabelo cai nos olhos, odeio o jeito como olha para o chão quando fica constrangido, odeio quando você morde o lábio inferior quando está nervoso, - eu ri de mim mesma, refletindo sobre o que ele acabara de fazer - odeio quando suas sobrancelhas se curvam para cima...
- Então você odeia meu cabelo, o jeito como eu ando, minhas manias...? - ele me interrompeu e, novamente, eu ri de sua expressão.
- Eu posso odiar o que for em você: a forma como seus olhos me hipnotizam, como suas palavras fluem aos meus ouvidos como música, mas o que eu mais odeio é a forma como você me faz te amar. Essa é minha única certeza agora.
Quando percebi, eu estava andando na direção dele, sendo conduzida pelo sorriso radiante que ele abrira diante de minhas palavras. Ele pusera as mãos em minha cintura quando seus lábios encontraram os meus. O beijo foi interrompido quando sentimos as gotas de uma chuva fina e fria caírem sobre nós.
- Vou levar você para casa. - ele parecia sem fôlego ao dizer isso.
- Não tenho medo da chuva. - tentei fazer com que ele percebesse que ir para casa era a última coisa que eu queria naquele momento.
Ele sorriu para mim e me beijou novamente. Dessa vez a chuva não interrompeu o beijo. Nossos pés seguiam o mesmo ritmo doce e tranqüilo quando percebi que estávamos dançando na chuva, sem nenhuma música tocando.
Não dissemos mais nada, apenas seguimos pela praia, na chuva, até a calçada da rua. Ele me deu um beijo de despedida na testa e caminhou para a chuva. A cada passo ele hesitava e, de vez em quando, olhava para trás como se estivesse decidido de que ia voltar. Ele desapareceu diante dos meus olhos e, só quando ele estava totalmente fora da minha vista, pude me recompor e seguir para minha casa!

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